quinta-feira, 19 de junho de 2014

Livro de Nadas

Campo Grande - 19 de junho de 2014

Essa data. 6 dias após meu trigésimo aniversário, ano de copa no Brasil, ano em que eu fiz 30 anos, Camila fez 30 anos e Luaninha passou do primário para o ginásio, completa 11 anos de vida, essa mocinha que mudou minha vida.

Mudou, mudanças, mudar... mudo, mudo, mas cá estou, na mesma salinha, no mesmo balcão, talvez com os mesmos dramas, dúvidas e divagações, ah! e saudades, eu sinto as mesmas saudades de sempre. As dúvidas de hoje são principalmente as certezas de antes, as divagações dependem do estímulo do momento. Por exemplo, estou escrevendo agora porque digitei "tati" no search do meu gmail e passei um tempinho lendo os resultados. O por que eu me lembrei dela hoje eu não me lembro bem, mas não é incomum ela frequentar minha rotina criativa. É um fracasso que me dói não ter conseguido cuidar da nossa amizade.

Antes eu escrevia em busca de insights, procurando sentido na união de meus pedaços expostos no texto. Depois escrevia apenas pelo gosto de explorar aqueles breves momentos de criação. Agora escrevo para me reencontrar. Antes eu via e não entendia, agora entendo mas não vejo.

Sempre escrevi muito do passado e quase nada do futuro. O presente muda o passado, sabia? Rss, é verdade e até mais do que o passado muda o presente. Nós vivemos no presente, e nós mudamos tudo. Não escrevo sobre o futuro apenas para não comprometê-lo, para não criar trilhos. Já há trilhos em meu futuro e eu não gosto muito destes que já existem. Sobre o futuro, pretendo apenas respeitar minhas regras, que não são lá muitas afinal.

Sobre mim, sei menos hoje do que há dez anos atrás, então vou registrar algumas coisas. Nasci de 8 meses em Campo Grande MS na Santa Casa no ano de 84 às 16:30 de uma quarta-feira dia 13 de junho, quando minha mãe tinha 38 anos e 5 meses e meu pai tinha 27 anos e 11 meses de idade. Nasci e fui morar na mesma casa onde moro hoje. Também morava aqui minha avó materna, que foi embora quando eu tinha 3 anos de idade. Também morava minha tia Landa que se casou e foi embora quando eu tinha 5 anos. Quem ficou ficou, mas ficou querendo ir, e quem não queria ir queria que todos ficassem para sempre. Complicado? Eu que sei, rss. Até onde sei sou filho único. Tenho madrina e padrinho e quatro primos que atuaram como irmãos me servindo de ícones. Gosto muito deles. Nasci com problemas respiratórios, alergias e constantes crises de bronquite. Comecei natação aos cinco e fiz até os dez ou onze. Comecei inglês aos oito e fiz até os dezessete. Fiz kumon dos oito aos dez e informática aos onze. Violão dos doze até hoje, com suas pausas e crises e alegrias. Nunca fiz teatro, mas devia ter feito para aprender a administrar minhas feições. Assusto as pessoas com minha cara de olhos ofuscados e meu sorriso parece irônico quando não é. Não sou míope nem surdo, mas sou extremamente focado e quando estou raciocinando posso passar longos momentos olhando inconveniente para um decote sem perceber, assim como é muito comum que falem comigo, chamem meu nome e me façam perguntas e eu também não perceba.


memória, trata com carinho quem eu não tratei como queria, como devia
queria agora dar a elas esse carinho, mas nunca é como imagino
presente é real, perigoso, passado é um livro de fotos e o futuro um rabisco a mão
a vida é como devia
eu, ainda não