terça-feira, 13 de março de 2012

Treze de março de Dois mil e doze

Treze de março de Dois mil e doze

Venho sentindo vergonha a prestação, e hoje somei mais a essa dívida.
Venho me expondo, me punindo, me ridicularizando, e fazendo o que eu gostava de pensar que nunca faria, que é prejudicar meus queridos. Expus pessoas próximas de mim, como é inevitável de se fazer. Expus o gritante caráter da paixão que sinto, sentindo como se fosse a primeira paixão da minha vida, e como se fosse a última. E perplexo! Quais ingredientes me passaram despercebidos? O que foi isso que me pegou tão desprevenido? Sou eu? É ela? É minha vida atual? Será que estou com medo de as janelas da vida estarem começando a se fechar pra mim? Estou eu ficando desesperado? Com o que?

Eu não consigo retomar o raciocínio que havia começado quando fui interrompido pela comemoração ansiosa da Camila. Eu estava percebendo que estava escravizando aquela flor. ME lembro de ter dito, e não muito mais que isso, infelizmente, que estava com vergonha por estar desejando obriga-la a fazer o que eu queria que ela fizesse, e estava me percebendo desesperado por ela não agir como eu desejava que ela agisse. Pensei, a essa altura da minha vida, com esse tipo de mentalidade? Muita vergonha, grande decepção!

Mas é isso? Dá pra resumir isso? Dá pra afirmar que eu atuei ditatorialmente desde o início? E se eu percebi isso no surgimento dessa conduta? E se eu apenas estava passando por essa idéia naquele instante e me assustei? Como saber? Como eu queria me conhecer melhor! Como eu queria saber melhor desse lugar onde estou, onde tenho estado desde 2 de dezembro, desde cinco de março. Eu quero escrever aqui no propósito de me entender a curto, médio e longo prazo. E que fique combinado, se eu passar esse link para a amiga flor, então eu mereço as consequências dolorosas de tacanha idiotice. Jesus era apaixonado pela verdade, mas ele podia. E eu não estou aqui lidando com verdades, estou tentando sim domar meus monstros. Ninguém merece a angustia de ficar cara a cara com meus piores momentos. Que eu não pense jamais que pode ser uma boa idéia deixar alguém ler isso. Que eu esteja escrevendo isso para mim. Que seja sincero. Que eu não seja mais masoquista.

Por que eu me apaixonei por ela em 1999 e por que não fiquei com ela

Se eu pudesse eu negava, mas não posso. Seu busto representava para mim o amparo, a proteção, que eu sempre senti, e infelizmente ainda sinto, necessidade de ter. Seu rosto redondo, sua boca carnuda, suas orelhas pequenas, seu nariz pequeno e redondinho, seu cabelo crespo, forte e volumoso, sua estatura, sua forma de se vestir, simples e segura, seu talento e interesse musical, seu sorriso fácil, inteligência e competência. Também me apaixonei por ela pela admiração que ela sentia por mim, e que eu acho que ela sentia até pouco tempo atrás, mas estou quase certo que não sente mais. Eu não sinto. Pode ser transferência. Cheguei, em 99, a escrever um bilhete para ela explicando que havia me apaixonado por ela, mas como tinha namorada, achava melhor me afastar dela até que minahs emoções ficassem mais equilibradas. Lembro dela me ligar me perguntando brava por que eu iria me afastar. Agora entendo que ela já sabia que eu estava apaixonado, oras, pois eu havia escrito isso. O que ela perguntava era por que eu não podia namorar com ela, já que estava apaixonado. Levei anos pra entender isso, porque eu não queria aceitar que ela sugerira que eu abandonasse a Camila para ficar com ela. Por que? Porque eu nunca me permiti abandonar a Camila, pra mim sempre foi como se a única certeza que eu tenho da vida é que eu devo ficar ao lado da Camila. Mas, assim sendo, devo ficar com ela pra sempre? E se não, até quando? Como saber?
Eu perdi chances de ser sincero com a flor. Mas não perdi todas. Fui no Glauce ver ela dançar. Me lembro dela dançando Mercedita, com roupas cor de pele, tecidos finos. Fui sozinho, ela dançava em um grande grupo. Senti ciúmes dos dançarinos e da platéia. Percebi pela primeira vez em relação a ela que eu não tinha o que era preciso pra ser feliz ao lado dela. Será que me apaixono por ela desde então buscando sofrer por amor? Ai meu Deus, será que eu ainda sou assim? Eu já sofri muitíssimo mais que o suficiente pra uma vida.
Saindo do teatro, lembrança vaga de ela não ter me visto, caminhei até a casa dela, embalado por expectativa de modo que nem cansaço sentia. Lá chegando ela estava no meio fio conversando compenetradamente com seu namorado da época, um garoto alto e magro, simpático. Havia visto ele numa panelada de bobó na casa da Camila. Eu já gostava dela. E mais verdades se quebram. Hoje é dia de faxina, rsss. Eu gostava dela namorando com a Camila no primeiro ano de namoro, onde eu lembrava ser pura paixão. Abandono maiores incursões por inapetência! Me arrependo, mas continuei andando em direção a eles até fazer contato, após já ter percebido que não era presença desejada naquele momento. Eu sabia que eles estavam terminando. Eu não parei por medo de ela ter me visto de longe e achar ainda mais esquisito eu não me aproximar. Eu ia me declarar, se ela estivesse sozinha. E daí? Eu ia ter namorado com ela? Ia ter casado?Engravidado? Ia levar ela pro buraco onde fui parar? EU NÃO DEVO FAZER MAL A NINGUÉM ALÉM DE MIM MESMO!!! EU SEI AMAR!!! PELO MENOS ISSO EU NÃO POSSO ESTRAGAR!!! QUE SEJA MINHA ÚNICA SAGRADA FUNÇÃO, NÃO ESTRAGAR A VIDA DE MAIS NINGUÉM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Outra ocasião foi na festa na casa do André. Ela demonstrou que queria ficar comigo, e eu queria ficar com ela, e nós ficamos sozinhos lá me cima, dançando um pouquinho, mas eu havia ido à festa com a Camila, com o Tanaka e com a Rita, todos doidos pra me ver ficando com a flor pra contar pra Camila e o Tanaka doido pra ficar com ela naquele dia mesmo. Eu sentia ciúmes da Camila com o Tanaka e com o André. Eu queria ficar com a flor, mas não fiquei, e acho que ela ficou triste. Ela não demonstra quando fica triste, mas doeu em mim a possibilidade de ter deixado ela pra trás mais uma vez, eu queria ter ficado com ela, de novo queria mas não fiquei.
Ela vinha na minha casa pra gente tocar, ouvir Marisa Monte, tirar músicas, eu ensinava inglês pra ela, como eu gostava de passar as tardes com ela, só nós dois. Eu nunca fiquei com ela, nunca forcei a situação, acho ótimo isso não ser da minha índole, ao menos até que eu descubra que eu faço isso ou passe a fazer... eu gostava daqueles momentos, eu era tomado por paz e felicidade e achava isso normal, rss. Que idiota! Eu sou um anti-herói e acho que sempre o serei. Para ela foi certamente bom não ter ficado comigo. Ela é uma pessoa adorável, não vou elogiar tudo o que guardo pra não perder o foco.
Tocamos no festival do Dom Bosco no ano de 2000, depois fomos para a festa junina do Raul e acho que depois fomos com o Evaristo lanchar perto da tv morena. Mas não tenho certeza porque em 2000 eu não tinha chn e acho que o Evaristo também não, então a saída pra lanchar teria que ser em julho ou agosto de 2002, época também em que tirei fotos das 3 amigas na feira, na minha casa e no supermercado. Será que nessa época ela já havia começado a faculdade? Ela vinha em todas as festas aqui em casa, e quando meu pai contou pro pai da Camila que ela estava grávida, a flor estava aqui, e eu nem dei atenção pra ela, foi um dia conturbado, eu ficava aflito com o risco e a afronta que meu pai representava pra mim naquela situação.

Eu fiz a cama em que estou deitado e não tenho o direito de mudar de idéia agora. Por que? Só porque eu quero? Por que me apaixonei as regras mudaram? Por mim? Sou eu qualquer coisa especial? Eu sou mais um, e devo fazer o mínimo esperado de mim. Isso não vai me matar. E dor eu aguento. Eu só não devo machucar a flor. Eu só não devo machucar as flores. Eu devo proteger o meu jardim com todo meu suor, com todas minahs lágrimas e com a última gota de sangue meu. Vivo e seguirei honrando esse contrato.

Flor, me consolo por ter te conhecido, e com a possibilidade de um dia distante poder passar tardes com você, ouvindo musica, te ensinando coisas, me jubilando com sua admiração. Você é especial para mim, mas por favor, não se aproxime tanto.

...a prayer for the wild at heart, kept in cages...



mês que vem, dia 14, completam seis anos que ela conheceu seu mais sério namorado, será que foi ele que deixou ela assim? será que ela sempre foi assim? será que foi a faculdade, a vida?
será que de novo eu estou querendo que ela seja como eu quero? é por isso que eu não mereço nem ela nem ninguém.

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